Igrejas do Ministério do Belém aproveitaram o recesso escolar para realizar as famosas Escolas Bíblicas de Férias, e ofereceram tempo de qualidade e o ensino do Evangelho às crianças
Época das férias escolares é o momento mais aguardado por alunos e professores; também é o tempo mais esperado pelos organizadores das famosas EBFs, evento que se propõe a ensinar as Escrituras, e, principalmente, pregar o Evangelho para as crianças. Kézia Teixeira é psicopedagoga e trabalha no ministério infantil há 35 anos. Tia Kel, como é conhecida, explica a importância de um evento como a EBF. “A Escola Bíblica da Férias é de suma importância tanto para as crianças da igreja como para as crianças da comunidade ou para a comunidade. Para as crianças da igreja, ela proporciona condições de crescer no conhecimento da Palavra de Deus e de se envolverem com a obra missionária. Já para as crianças da comunidade, ela proporciona condições de ouvir o Evangelho e receber a Cristo como seu Salvador”.
Tia Kel destaca o caráter inclusivo da EBF. “Marcos 16.15 diz assim: ‘Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura’. Quando falamos toda a criatura, incluímos as pessoas que têm necessidades específicas. Nós, como igreja do Senhor, precisamos fazer um trabalho de conscientização nesse sentido; desde o ancião até o pequenininho precisam conhecer esse trabalho de inclusão, e a base para que isso aconteça é o amor; nós amarmos nossos alunos, nossos membros como um todo; não somente nossos alunos que não possuem necessidades específicas; para isso, em primeiro lugar, precisamos amar, depois conscientizar e fazer um treinamento com essa equipe, para acolher não só as pessoas com necessidades específicas, mas suas respectivas famílias precisam ser acolhidas na igreja do Senhor”.
Tempo de qualidade para as crianças
Algumas igrejas optam por fazer a EBF nas férias de janeiro, e outras, em julho. É o caso do Setor 28, em Diadema/SP, que optou pelo recesso do meio do ano. De acordo com Kátia Barros, uma das coordenadoras do ADB 28 KIDS, um dos aspectos da edição deste ano, foi valorizar a convivência social por meio do contato físico, presencial, uma vez que, por causa da pandemia, a convivência foi por meio do distanciamento social; outra finalidade, é o de tirar as crianças da frente das telas. Kátia Barros explica. “Fazemos a Escola Bíblica nas férias, para tirar um pouco as crianças das mídias sociais; são tantos programas que tiram as crianças do foco, da Palavra do Senhor. Tudo o que oferecemos faz com que a criança precise da ajuda e apoio de um adulto; nosso material sempre vai com algum jogo, alguma coisa que ela possa brincar fora da mídia social, como contar com o acompanhamento de um coleguinha presencialmente, olho no olho. Então, a primeira proposta é tirá-los das redes sociais, mídias e jogos eletrônicos, para que tenham contato com os amigos e familiares durante as férias”.
A AD Belém Setor 28 abordou o tema das Bem-aventuranças com a criançada. Todo corpo docente do departamento infantil participou de um curso de capacitação sobre o assunto. Em seguida, as coordenadoras, Zuleide e Kátia, partiram para a etapa da organização. “A programação foi feita por regional; temos aqui 50 congregações divididas em cinco regionais; cada regional tinha uma cor; cada cor uma bandeira; cada bandeira levava uma das Bem-aventuranças”, explicou tia Kátia, que reiterou a capacidade dos obreiros voluntários da igreja. “Uma coisa que gosto de dizer é que todo o trabalho foi realizado por pessoas que são pratas da casa; não veio ninguém de fora; sem desprezar ninguém, são tias daqui, da casa, e todos os anos temos feito isso: usamos ferramentas da casa, sem precisar trazer pessoas de fora”.
Outra igreja do Ministério do Belém que investiu pesado na EBF foi o Setor 9, em Itaquera, São Paulo/SP, onde a EBF já é uma tradição; ocorre desde 1985. A coordenadora do departamento infantil, Rosa Maria da Silva Santos, informou que aproximadamente duas mil crianças foram matriculadas na edição deste ano, das quais 549 decidiram entregar suas vidas a Jesus Cristo. Os resultados não vieram por acaso; segundo a tia Rosa, o time de professores recebeu treinamento da APEC (Aliança Pró Evangelização das Crianças). O tema da 37ª EBF foi: Mudança Radical, e teve como embasamento bíblico a história de José do Egito.
Durante o evento, houve uma homenagem ao Pr. José Pereira da Silva, que liderou a AD Belém em Itaquera por muitas décadas e hoje encontra-se jubilado. Pastor Pereira foi quem levou esse modelo de evento para o Setor. “Quando ninguém pensava em EBF, ele pensou e investiu em nossas crianças”, disse a tia Rosa Maria, que falou sobre as suas impressões do evento. “Vi um diferencial no interesse das famílias em participar. Até as mães adquiriram camisetas. Pensei que não teríamos muitas crianças, porque a pandemia ainda não terminou; mas, fomos surpreendidos”, concluiu Rosa Maria, que lidera o departamento infantil há 10 anos.
Testemunhos: conversões e renovação espiritual
As EBFs foram marcadas por testemunhos. No Setor 9, um menino ficou entusiasmado ao ouvir as histórias bíblicas. “Um menino, da comunidade de Vila União, ficou maravilhado com o evento. Ele me disse: ‘Tia, nunca ouvi histórias da Bíblia. Pode me contar mais?’”, relata a irmã Rosa Maria.
Na AD Belém, Setor 28, os relatos chegaram até pelo chat das redes sociais. “Temos relatos de pessoas que acompanharam o trabalho na Bahia, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, e em outros lugares do Brasil. Fizemos apelo para que as pessoas aceitassem Jesus não só presencialmente, mas também pelas redes sociais e intercedemos por muitos pedidos de oração que recebemos”, disse Kátia Barros. Uma mãe, que tem um filho com problema auditivo e quadro de hiperatividade, falou de como seus filhos ficaram impactados com a peça teatral sobre Saul, Davi e o gigante Golias. “Eles estavam presentes na regional central, e a mamãe relatou que ninguém dormiu aquela noite, porque eles faziam a mamãe e o papai se vestirem a caráter e refizeram toda a peça durante a madrugada. Às vezes, uma tia não sabe com palavras ministrar ao coração de uma criança e essa peça foi muito usada por Deus para essas crianças que tem necessidades especiais”.
Em outra regional do Setor 28, no segundo dia do evento, houve um mover do Espírito Santo. “As crianças foram batizadas no Espírito Santo e receberam dons espirituais; saiam de seus lugares, para abraçar e orar pelos seus amigos; as crianças soluçavam. O Senhor Jesus falou ao coração daquelas crianças. Houve um mover do Espírito Santo pela multiforme graça, seja através do recurso visual e lúdico, ou do sopro do Espírito com cura, renovação, transformação, salvação de almas; os testemunhos que temos vêm de todos os lados, seja por ter investido no lúdico, visual, ou no jejum, na consagração e houve resultado por todos os lados, porque o Espírito Santo trabalhou nessa Escola Bíblica de Férias”, concluiu tia Kátia.